terça-feira, 17 de julho de 2012

TERGIVERSAÇÕES TEXTUAIS DA TERRA

Desço o Morro do Zimbros todas manhãs dos dias úteis – ou inúteis, a critério de cada – já iniciando o delinear de devaneios que servem de matriz conceitual para meus escritos...  

Espero sempre conseguir esta transposição, mesmo sabendo que serão uma ínfima parcela de minha índole filosófica e inquietude existencial – conseguimos transpor muito pouco na maioria das vezes, é algo muito difícil mesmo, diria até desgastante ao extremo, sem medo de errar ou parecer equivocado...

E vou seguindo a descida, bebendo da fonte de inspiração (ou piração) oferecida pelo vislumbrar das encostas no entorno da Baía de Porto Belo – em minha viagem vejo Montanhas Budas Abissais erigidas pela Gênese Geológica da Natureza – Mãe, Muralhas da Matriocracia de Gaia que subsumem em meu substrato sensorial a manifestação mais aproximada do que sempre vi como a Quintessência que almejo em sonhos tão vívidos e sublimes como o súbito despertar dos mecanismos maquinais de toda e qualquer manifestação da vida que venha a cruzar o meu caminho...  O que posso fazer se esta Onipotência sempre me fascinou muito mais do que Mundos Santos e Biomas Espirituais? Nada a fazer, somente ser eu mesmo diante desta complexidade caótica da diferença entre visões de realidade que me fascina a cada instante...

As cores da existência são lindas, a fotossíntese da quintessência me deslumbra a cada dia, onde amo e odeio cada vez mais intensamente, inspirando o regozijo narcotizante da inspiração, sendo meu oxigênio conceitual a piração...  E sigo andando, e esperando não estar sozinho nesta estrada...

Abra a mão, distenda a mesma ao máximo e terá a Quintessência - ela estará quantificada e qualificada em quem e o que conseguir alcançar, assistir e amar...



JOÃO OLMEDO